Caros, vou abrir meu coração a vocês. Fui enganado!
No auge dos meus 38 anos – metade deles vividos e dedicados à musculação e outras atividades físicas, eu fui sabotado. Todos esses anos fugindo dos rótulos associados ao sedentarismo, lutando contra a balança e me vangloriando, e fracassei miseravelmente. Faço parte do time dos sedentários.
Pois é! Mesmo frequentando a academia fielmente cinco vezes na semana. Mesmo praticando o meu cardio religiosamente três vezes semanalmente. Sou o mais novo integrante do grupo dos ociosos. E você deve estar se perguntando: Como assim? Como um indivíduo relativamente jovem, assíduo praticante de musculação pode ser sedentário? Vou te contar como caí na malha fina do sedentarismo.
O poder dos passos
Que a hábito de caminhar está associado à qualidade de vida você já sabe. Os benefícios da caminhada vão além do ganho físico, e também estão associados ao bem-estar mental. Mas diante dessas vantagens, você sabe (de fato) quantos passos deve caminhar diariamente para ser considerado um elemento saudável?
Há inúmeros estudos (SIM! Não é Fake News) consolidando esses dados. O último deles, divulgado pela revista científica “British Journal of Sports Medicine” – o principal periódico de medicina esportiva – atesta que 4 mil passos por dia já são o suficiente para fornecer 50% dos benefícios de saúde concedidos pelo número ideal de 10 mil passos (cerca de 8 km).
A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que um adulto deve andar pelo menos 10 mil passos por dia para ser considerado “ativo”. E quanto mais, melhor!
A má notícia para quem não tem o hábito de caminhar, é que a ausência da atividade pode indicar sedentarismo. Ainda baseando-se nos estudos, se alguém caminha menos de 3.967 mil passos por dia, pode ser considerado sedentário. E é exatamente aí que eu me encontro, meus amigos – e certamente você também (com todo respeito).
A minha média diária é de 3 mil passos – levando em consideração um dia bem movimentado. Vamos entender melhor essa dinâmica de classificação:
– De 3.967 mil a 7.499 passos por dia: pouco ativo;
– De 7.500 mil a 9.999 passos diários: moderadamente ativo;
– Mais do que 10 mil passos até 12.499 passos/dia: individuo ativo;
– Mais de 12.500 mil passos por dia: extremamente ativo.
Concluo então, que sob a ótica das atividades aeróbicas eu, de fato, estou no grupo dos sedentários.
Ironias e brincadeiras à parte, por motivos óbvios não posso me enquadrar neste grupo. Embora sejam atividades físicas, musculação e caminhada trabalham estímulos diferentes. Portanto, se você também pratica algum tipo de atividade para o aumento de massa muscular, não se preocupe. Você não é sedentário.
O objetivo do artigo era simplesmente chamar a atenção para algo simples que negligenciamos diariamente, evidenciando cada vez mais a importância da caminhada. Segundo a OMS, a falta de atividade física é a quarta causa de morte no mundo, com 3,2 milhões de óbitos por ano. O Brasil é o 5º país mais sedentário no ranking mundial, segundo dados divulgados pelo IBGE.
Os números alertam e reforçam a importância do exercício físico para combater a doença. E é neste cenário que a caminhada se torna a nossa grande aliada. Fácil de praticar, ela não exige nenhuma habilidade e pode ser feita a qualquer hora do dia. Comprovada pela ciência, a prática melhora a circulação, deixa o pulmão mais eficiente, combate a osteoporose, aumenta a sensação de bem-estar, deixa o cérebro mais saudável, protege contra derrames e infartos, emagrece, entre outros benefícios.
E aí? “Bóra” caminhar?
