COP 30 na Amazônia: Por que este encontro global define o seu futuro sustentável

Thiago Carvalho

Jornalista & Fundador - Eu Mais Sustentável

A partir de hoje, em Belém (PA), começa a 30º Conferência do Clima da ONU (COP 30). Cerca de 50 mil pessoas – entre diplomatas, líderes, ativistas, cientistas e empresários participam do encontro. Serão duas semanas de conferência que vão discutir, principalmente: transição energética, adaptação climática e financiamento.

Se você pensa que a COP é um assunto de diplomatas e chefes de Estado, é hora de mudar sua perspectiva. As decisões tomadas lá dentro terão um impacto direto na qualidade do ar que você respira, no preço dos alimentos que você compra e na resiliência da sua cidade.

Os três pilares da COP 30: Temas centrais em Belém

A realização do evento na Amazônia já estabelece o tom das negociações, colocando o Brasil no centro da diplomacia climática e da atenção global.

1. Amazônia e a Transição justa

Este é o coração da COP 30. Discutir a Amazônia dentro da Amazônia significa dar protagonismo aos povos indígenas e comunidades tradicionais. A pauta é ir além da simples “proteção” e focar na bioeconomia: transformar a biodiversidade da floresta em oportunidades sustentáveis e empregos verdes, gerando riqueza sem desmatar. O desafio é unir o conhecimento científico e tecnológico com a sabedoria ancestral.

2. Financiamento Climático (Onde está o dinheiro?)

De que adianta o mundo ter metas ambiciosas (como limitar o aquecimento a 1,5°C) se os países em desenvolvimento não têm recursos para alcançá-las?

A COP 30 deve pressionar por um novo e mais robusto compromisso de financiamento por parte dos países desenvolvidos (os maiores poluidores históricos). Isso inclui:

  • Mitigação e Adaptação: dinheiro para reduzir emissões e para preparar países contra secas e inundações.
  • Fundo de perdas e danos: recursos para compensar os países mais vulneráveis pelos impactos climáticos que já estão ocorrendo e são inevitáveis.

3. Eliminação de combustíveis fósseis

O futuro do clima depende de uma transição energética rápida. A pressão global para a eliminação progressiva (ou phase-out) de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) será intensa. A COP 30 deve buscar um acordo ambicioso que acelere a migração para matrizes energéticas limpas, como solar e eólica.

Os desafios reais (e por que precisamos ficar de olho)

Apesar das promessas, o caminho está cheio de obstáculos.

  • Infraestrutura e realidade local: A realização da COP em Belém traz o desafio de expor as carências estruturais da cidade (saneamento, transporte) ao mundo. O Brasil prometeu grandes investimentos para a melhoria da cidade, mas a sociedade civil precisa fiscalizar se essas melhorias serão sustentáveis e se beneficiarão de fato a população local, e não apenas o evento.
  • O Gap da ação: Há uma enorme diferença entre o que os países prometem e o que eles de fato entregam em suas políticas climáticas (NDCs). A COP 30 precisa ser o momento de fechar essa lacuna, exigindo ambição e transparência.
  • Geopolítica complexa: Conflitos e interesses nacionais (como a contínua dependência de petróleo por alguns países) tornam o multilateralismo frágil. A presidência brasileira terá o desafio de construir consensos em um cenário político global instável.

Por que nós, “cidadãos comuns” precisamos acompanha a COP 30?

As negociações climáticas não são apenas sobre política; são sobre a sua vida diária.

  1. Impacto local e global: As metas de desmatamento, as políticas de saneamento e os planos de energia limpa definidos em Belém se traduzirão em leis e investimentos que afetam diretamente a sua comunidade. Mais energia limpa pode significar menos poluição do ar. Mais proteção florestal pode significar chuvas mais regulares para sua região.
  2. Poder de escolha e consumo: A COP 30 fortalece a agenda de certificações sustentáveis e de produtos que são “livres de desmatamento”. Ao acompanhar o que está sendo debatido, você se torna um consumidor mais consciente, usando seu poder de compra para apoiar uma economia verde.
  3. Fiscalização e exigência: Sem a pressão da sociedade civil, os governos e as empresas podem recuar em seus compromissos. Ao se informar sobre os acordos, você se torna um fiscal do clima, exigindo que seus representantes cumpram as metas e utilizem os recursos públicos (e internacionais) de forma transparente para a sustentabilidade.
  4. Educação e conscientização: O debate da COP 30 se estenderá para salas de aula, empresas e famílias. É a oportunidade perfeita para você e sua família se aprofundarem na Educação Climática e adotarem práticas mais sustentáveis em casa, do desperdício de água à separação de lixo.

A COP 30 é o momento de mostrar ao mundo que a solução para a crise climática passa pelo desenvolvimento sustentável da maior floresta tropical do planeta. O seu interesse e o seu engajamento são a força motriz para que os acordos de Belém se tornem realidade. Não seja plateia, seja protagonista do seu futuro sustentável!

Você pode entender mais sobre as expectativas e o papel do cidadão na COP 30 com esta entrevista: O que o cidadão comum pode esperar da COP 30? Presidente do Ibama responde. Este vídeo do YouTube aborda o papel do cidadão comum na conferência.

Vamos ficar de olho!

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