Você sabia que a indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo? Ela só fica atrás do setor de energia e combustíveis fósseis. A cada segundo, o equivalente a um caminhão de roupas é descartado ou queimado — são 92 milhões de toneladas de lixo têxtil por ano.
Pensando nesse contexto sombrio, preparei um “guia sustentável“. Nele, quero te mostrar que não é preciso parar de amar moda para sermos mais conscientes. Mais que isso! Quero te mostrar que a solução está em pequenas atitudes, começando pela mais simples delas: usando mais e comprando menos.
Vamos nessa?!

O Inimigo silencioso: A verdade por trás dos tecidos
Quando pensamos em moda sustentável, o primeiro passo é virar a etiqueta. Os tecidos mais populares do mercado carregam um alto custo ambiental.
A calça jeans, um item básico e democrático, é um dos vilões da sustentabilidade devido ao seu processo de fabricação: ele exige muita água no processo e uso intensivo de produtos químicos.
O “peso” ambiental do jeans está em três fases principais:
- Cultivo do Algodão (Matéria-prima): O algodão convencional é uma das culturas que mais consomem água no mundo e exige grande quantidade de agrotóxicos e pesticidas.
- Tingimento (O Azul Clássico): Para obter a cor azul índigo (e outras cores escuras), o jeans passa por múltiplos banhos de corantes. Esse processo é um dos mais poluentes, gerando efluentes tóxicos (a água residual com alta concentração química) que, se não tratados, contaminam rios e solos.
- Acabamentos (O Desgaste): Para criar o efeito stonewashed (lavado com pedras), destroyed (rasgado) ou desbotado, são utilizados processos mecânicos e químicos agressivos, como jatos de areia, lixadeiras e mais produtos químicos (como o cloro), que aumentam o consumo de água e a toxicidade do efluente final.
Por isso, buscar um jeans sustentável — feito com algodão orgânico, tingimento a seco ou que utilize água de reuso — faz toda a diferença para minimizar esse impacto.
Esse é só um exemplo clássico do quão agressiva é a indústria têxtil.
Outro grande exemplo está nas roupas esportivas, feitas de fibras plásticas derivadas do petróleo (poliéster e dry fit), e seu impacto no pós-consumo. Esse material não se decompõe em aterros e libera microplásticos a cada lavagem, contaminando a água.
A essa altura do campeonato, você deve estar se perguntando: Então o que devo vestir? Quais tipos de tecidos são menos agressivos? O que devo fazer?
Calma!

Foi pensando em você e em dúvidas como estas que procurei a Marina Petzen, bióloga, educadora ambiental, consultora em sustentabilidade e CEO da Estilo Verde, uma loja maravilhosa especializada em moda sustentável. Marina me deu uma “ajudinha” e compartilhou informações importantes sobre o universo da moda Slow Fashion, ou se preferir, a Moda Sustentável.
3 Passos para consumir moda de forma sustentável
Segundo Marina, o primeiro passo é lendo as etiquetas e tornando-se mais consciente:
“Eu sempre digo que a primeira coisa é você entender o que você está consumindo e ler as informações que estão na peça. Entender de onde ela vem, do que ela foi feita e dar preferência a marcas que usam materiais reciclados ou orgânicos e que são transparentes sobre a sua produção”, destacou Marina.
Buscar tecidos como o algodão pima ou peruano – cultivados sem agrotóxicos e conhecidos por sua alta qualidade e durabilidade – é uma ótima alternativa, completou a bióloga.
2. Dê vida longa à sua roupa
O segundo passo é a responsabilidade pela peça após a compra.
“Sua roupa deve durar! Você vai ter que usar isso que você escolheu comprar. Usar ao máximo e, quando não quiser mais, tentar fazer com que ela tenha uma vida em outros lugares, em outras mãos”, explicou Marina.
3. Abrace a economia circular
Quando você decidir que uma peça não serve mais, evite o descarte no lixo comum. A solução é colocar a moda para circular, procurando formas de promover a economia circular: dar para outra pessoa, customizar ou reajustar. Evite jogar fora. Procure por brechós, bazares e movimentos de compartilhamento.

Onde encontrar a “Moda do Futuro”
A dica extra é procurar pelas lojas focadas em Slow Fashion, como a Estilo Verde. A loja oferece não apenas roupas produzidas de forma ética, mas também um Ecoponto para recebimento de resíduos de difícil reciclabilidade pela comunidade.
“A educação ambiental está cada vez mais enraizada no nosso negócio. A Estilo Verde vai muito além do comercial. A gente recebe resíduos da comunidade aqui na loja. Recebemos de forma voluntária e temos uma logística com parceiros que vão dar o destino correto para todos eles. Participamos de várias iniciativas sociais envolvendo castração de pets (cães e gatos), escoteiro voluntário, confecção de cobertores através de meias usadas, e uma série de outros projetos”, enfatizou Marina Petzen.
Parece que não, pessoal, mas pequenas mudanças nas suas escolhas criam um impacto enorme e positivo. O consumo consciente é a chave para a qualidade de vida e sustentabilidade.
Se você é do oeste catarinense ou está passando por aqui, aproveite para conhecer a Estilo Verde. Apoiar lojas e parceiros que prezam pela sustentabilidade e por um mundo melhor é essencial.
A moda do futuro é sustentável, ética e duradoura. Pense nisso!