Começar um novo ano promovendo mudanças na rotina nos traz aquela sensação de leveza, não é mesmo? Fazemos listas, traçamos metas, prometemos a nós mesmos que seremos melhores — e comigo não foi diferente. Como jornalista e profissional de marketing digital, meu cotidiano está intrinsecamente ligado à tecnologia. Meu celular é meu companheiro quase que inseparável: ele é minha ferramenta de trabalho, meu contato com o mundo. Mas, paradoxalmente, ele também tem sido minha fonte de ansiedade, distração e, em muitos momentos, exaustão. Por isso, resolvi mudar esse cenário.
Nas primeiras semanas do ano, decidi tentar algo novo, o qual eu nem imaginava se tratar do “Minimalismo Digital”. Minha ideia não era abandonar a tecnologia — afinal, meu trabalho depende dela — mas estabelecer uma relação mais saudável com meu celular. Organizei meu caos digital, apaguei aplicativos que não tinham utilidade (ou que apenas me roubavam tempo) e, principalmente, impus um filtro rigoroso para as redes sociais. Mantive apenas aquelas que eram estritamente necessárias para meu trabalho e limitei o tempo de uso. Substituí aplicativos de entretenimento por apps de meditação e e-books edificantes. A ideia era preencher os momentos de pausa com algo que realmente agregasse à minha vida.
Depois, vieram as “zonas livres de tela”. Estabeleci regras para mim mesmo: nada de celular durante as refeições, nada de olhar para a tela nos primeiros 30 minutos do dia ou nos últimos 30 antes de dormir. Está sendo difícil, já que o celular é uma espécie de extensão do meu corpo, e deixá-lo de lado parece quase antinatural. Mas, com esse novo hábito, já notei como essas pequenas regras estão mudando minha rotina.
Uma das maiores lições desse processo é redescobrir o valor do foco. Eu sempre acreditei que a multitarefa era uma competência essencial para minha carreira, mas, ao simplificar minha relação com a tecnologia, percebi que o foco é uma ferramenta muito mais poderosa. Agora, quando estou escrevendo um artigo ou planejando algo, deixo a uma distância segura. Meu nível de produtividade aumentou significativamente, e, mais importante, a qualidade do meu trabalho e o foco melhoraram.
Claro, nem tudo são flores. Há dias em que me pego executando os velhos hábitos, especialmente quando o trabalho se acumula e o celular parece ser a solução mais rápida para tudo. Mas esses momentos também servem como lembretes do porquê dessa mudança. O minimalismo digital não é sobre perfeição, mas sobre intenção. É sobre usar a tecnologia como uma ferramenta, e não como uma prisão.
Hoje, algumas semanas após o início desse experimento, percebo como essa escolha tem impactado minha qualidade de vida. Tenho mais tempo para ler, estudar, conversar e focar no meu processo de criação. Estou mais presente, mais consciente do que realmente importa. O celular continua sendo indispensável para o meu trabalho, mas agora ele é apenas isso: uma ferramenta. Não mais um ladrão do meu tempo e da minha paz.
Se você também sente que sua relação com a tecnologia precisa de ajustes, experimente o minimalismo digital. Comece pequeno, com uma regra simples ou uma reorganização dos seus aplicativos. Você pode se surpreender com o impacto que essas mudanças têm não apenas na sua produtividade, mas, principalmente, na sua qualidade de vida.